Festival Recife do Teatro Nacional retoma com programação diversificada e com predominância de espetáculos locais

por Vendo Teatro
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Imagem do espetáculo infantil “Vento forte para água e sabão” foto: Rogerio Alves Sobrado

Por Paulo Ricardo Mendes

Do dia 16 até o dia 26 de novembro, a capital pernambucana será invadida por espetáculos locais e nacionais espalhados pelos equipamentos culturais e espaços alternativos do Recife. O motivo é a 22º edição do Festival Recife do Teatro Nacional, que com o tema “Teatro e democracia”, traz uma programação diversificada, com leituras dramáticas, sátiras, musicais, dramas e performances urbanas, além de oficinas. Ao todo serão 28 peças, sendo essas, 15 produções locais e 13 montagens nacionais inéditas.

Após um hiato provocado pela pandemia da Covid-19, o festival retoma ao Recife mais pernambucano do que nunca, com uma programação predominantemente local. Entre as produções estão: “Se eu fosse Malcom”, “Ao Paraíso”, “Solo para um Sertão Blues”, “Auto da Barca do Inferno”, “Enquanto Godot não vem”, “O Irôko, a Pedra e o Sol”, “Alguém para fugir comigo” e Miró: Estudo nº2″. O espetáculo infantil “Vento forte para água e sabão”, da Fiandeiros também estará na programação e o ator, músico, dramaturgo e fundador da Companhia, que faleceu recentemente, André Filho, será um dos homenageados desta edição, junto com o autor e diretor Newton Moreno.

Além da montagem infantil da Fiandeiros, a criançada também pode conferir outros espetáculos nacionais, como “Pelos quatro cantos do mundo”, da Cia Teatral Milongas, do Rio de Janeiro; “Boquinha: E assim surgiu o mundo”, do Coletivo Preto, da Bahia, com texto do ator Lázaro Ramos e “A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros, de São Paulo, espetáculo de dança e circo.

Entre as novidades desta edição voltada para o público adulto está a peça intitulada “Viva o povo brasileiro (De Naê a Dafé)”, musical carioca da Sarau Cultura Brasileira, e o célebre Grupo Galpão, coletivo mineiro, que já participou de várias edições do festival e chega este ano com dois espetáculos inéditos “De tempo somos” e “Cabaré Coragem”. Do Rio Grande do Norte, o grupo Clows de Shakespeare apresenta “Ubu – O que é bom tem que continuar” e tem montagem inédita também de São Paulo, com o musical político “Tatuagem”, da Cia da Revista, e do Maranhão, o solo da indígena Zahy Tentehar, chamado “Azira’i”.

Durante os 11 dias de programação, os espetáculos irão se espalhar pelo Teatro de Santa Isabel; Teatro do Parque; Teatro Apolo; Teatro Hermilo Borba Filho; Teatro Barreto Júnior e Teatro Luiz Mendonça Filho. Com o intuito de aproximar cada vez mais o teatro do público, o festival também trará atividades na Avenida Rio Branco; Morro da Conceição e até nos Mercados Públicos de São José, Afogados, Água Fria e Casa Amarela, como é o caso da performance urbana“Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro, que terá quatro sessões, todas em mercados públicos, e narra a corrida protagonizada por dois personagens: Salário Mínimo e Custo de Vida.

Oficinas

O festival contará também com cinco oficinas formativas até o dia 23, entre elas, a Oficina O Ator e o Trabalho em Grupo, com Júlio Maciel, do Grupo Galpão e a Oficina Produção e Gestão de Grupos, com Gilma Oliveira, também do Grupo Galpão; a Oficina Criativa de Atuação e Movimento, do dramaturgo e diretor Duda Rios; a Oficina de Dramaturgia, de Newton Moreno e a Oficina Corpo-Coro, ministrada pela artista carioca Maria Lucas.

As inscrições das oficinas são gratuitas mediante inscrição no formulário clicando AQUI. Já os ingressos para os espetáculos serão distribuídos ao público nos teatros, uma hora antes do início das apresentações, de forma gratuita a partir da entrega de um quilo de alimento não perecível. Toda a arrecadação será revertida para o Banco de Alimentos da Prefeitura do Recife, localizado no Compaz Dom Helder Câmara, no Coque, que recebe e repassa alimentos para os equipamentos socioassistenciais da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas sobre Drogas, como Centros Pop, CRAS, CREAS e casas de acolhida. O Festival Recife do Teatro Nacional é uma realização da Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

Serviço:

22º Festival Recife do Teatro Nacional

Data: De 15 a 26 de novembro

Acesso gratuito, mediante entrega de um quilo de alimento não perecível

Programação completa

Dia 16 (quinta-feira)

19h – Abertura + “Viva o povo brasileiro (De Naê a Dafé)”, da Sarau Cultura Brasileira, (RJ), no Teatro do Parque

Dia 17 (sexta-feira)

12h – “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de São José

19h – “Viva o povo brasileiro (De Naê a Dafé)”, da Sarau Cultura Brasileira (RJ), no Teatro do Parque

20h – “Se eu fosse Malcom”, de Eron Villar e DJ Vibra (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho

20h – “De tempo somos”, do Grupo Galpão (MG), no Teatro Luiz Mendonça.

Dia 18 (sábado)

16h – “Vento forte para água e sabão” (infantil), do Grupo Fiandeiros (PE), no Teatro do Parque

18h – “Azira’i”, solo da indígena Zahy Tentehar (RJ), no Teatro Apolo

18h – “Cabaré Coragem”, do Grupo Galpão (MG), no Teatro Luiz Mendonça

20h – “Sueño”, da Heroica Companhia Cênica (SP), no Teatro Santa Isabel

Dia 19 (domingo)

16h – “Sueño”, da Heroica Companhia Cênica (SP), no Teatro de Santa Isabel

16h – “Enquanto Godot não vem”, da Cia 2 em Cena (PE), no Teatro Barreto Júnior

17h – “O Irôko, a Pedra e o Sol”, do grupo O Poste Soluções Luminosas (PE), no Teatro do Parque

18h – “Azira’i”, solo da indígena Zahy Tentehar (MA), no Teatro Apolo

18h – “Cabaré Coragem”, do Grupo Galpão (MG), no Teatro Luiz Mendonça

Dia 20 (segunda-feira)

19h – “Miró: Estudo nº 2”, do Grupo Magiluth (PE), no Teatro do Parque

19h – “Deslenhar”, do grupo Teatro Miçanga (PE), na área externa entre os teatros Hermilo e Apolo

20h – “Órfãs de Dinheiro”, solo de Inês Peixoto (MG), no Teatro Apolo

Dia 21 (terça-feira)

20h – “Alguém para fugir comigo”, do Resta 1 Coletivo (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho

Dia 22 (quarta-feira)

10h – “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Afogados

17h – “Ubu – O que é bom tem de continuar”, do Grupo Clows de Shakespeare (RN), no Morro da Conceição 

18h – Leitura dramatizada “Justa”, com Fabiana Pirro e Ceronha Pontes, na Faculdade de Direito

19h – “Yerma – Atemporal”, de Simone Figueiredo e Paulo de Pontes (PE), no Teatro do Parque

20h – “Pedras, flor e espinho”, do grupo ACA Produções Artísticas (PE), no Teatro de Santa Isabel

Dia 23 (quinta-feira)

10h – “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Água Fria

17h – “Ubu – O que é bom tem de continuar”, do Grupo Clows de Shakespeare (RN), na Avenida Rio Branco

19h – “Auto da Barca do Inferno”, da Cênicas Cia de Repertório (PE), no Teatro do Parque

21h – “Solo para um Sertão Blues”, de Cláudio Lira (PE), no Teatro Apolo

21h – “Narrativas encontradas numa garrafa pet”, do Grupo São Gens de Teatro (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho

Dia 24 (sexta-feira)

11h – “Grande Prêmio Brazil”, de Andréa Veruska e Wagner Montenegro (PE), no Mercado de Casa Amarela

15h – “Boquinha: E assim surgiu o mundo” (infantil), do Coletivo Preto (BA), no Teatro Barreto Júnior

19h – Leitura dramatizada “O Sonho de Ent”, da Cia Fiandeiro (PE), na sede da companhia (Rua da Saudade, 240, Boa Vista)

20h – “Contestados”, da Cia Mútua Teatro e Animação (SC), no Teatro Apolo

21h – “Ao Paraíso”, de Valécio Bruno (PE), no Teatro Hermilo Borba Filho

Dia 25 (sábado)

15h – “Boquinha: E assim surgiu o mundo” (infantil), do Coletivo Preto (BA), no Teatro Barreto Júnior

17h – “A.N.J.O.S” (infantil), da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça

17h – “Pelos quatro cantos do mundo” (infantil), Cia Teatral Milongas (RJ), no Teatro de Santa Isabel

18h e 20h – “Interior”, do Grupo Bagaceira (CE), no Teatro Hermilo Borba Filho

19h – “Tatuagem”, Cia Revista (SP), no Teatro do Parque

20h – “Contestados”, da Cia Mútua Teatro e Animação (SC), no Teatro Apolo

Dia 26 (domingo)

16h – “Céu estrelado” (infantil), do grupo Pedra Polida (PE), no Teatro Apolo

17h – “A.N.J.O.S”, da Cia Nau de Ícaros (SP), no Teatro Luiz Mendonça

17h – “Pelos quatro cantos do mundo” (infantil), Cia Teatral Milongas (RJ), no Teatro de Santa Isabel

18h e 20h – “Interior”, do Grupo Bagaceira (CE), no Teatro Hermilo Borba Filho

19h – “Tatuagem”, Cia Revista (SP), no Teatro do Parque

Programação das Oficinas:

Confira a programação completa:

15/11 Oficina O Ator e o Trabalho em Grupo, com Júlio Maciel, do Grupo Galpão, que focará em práticas de trabalho e experiências de escuta, atenção, presença e criação coletivas. A oficina acontecerá no Teatro Hermilo Borba Filho e terá quatro horas de duração, das 9h às 13h. Público-alvo: atores, estudantes, educadores e pessoas interessadas em teatro. Trinta vagas.

17/11 Oficina Produção e Gestão de Grupos, com Gilma Oliveira, do Grupo Galpão, das 14h às 18h, no Hermilo Borba Filho, que tratará dos princípios norteadores da produção cênica, relacionados a contratos, planejamento, orçamentos, liberações, cargas, roteiros, check-lists, cronogramas e logística de viagens, entre outros. Público alvo: produtores, gestores e artistas interessados no universo da produção das artes cênicas. Trinta vagas.

17 a 19/11 das 14h às 17h, no Paço do Frevo, será oferecida a Oficina Corpo-Coro, ministrada pela artista carioca Maria Lucas, que trabalhará, a partir de histórias pessoais, a construção de narrativas cênicas individuais e em grupo, utilizando como ponto de partida três perguntas: de onde venho, quem sou e o que me move? Público alvo: pessoas com poucas oportunidades de acesso às artes, pessoas trans, LGBTs, pretas e indígenas. Vinte vagas.

21 a 25/11, das 9h às 13h, no Paço do Frevo, o ator, palhaço, dramaturgo e diretor Duda Rios, um dos fundadores da Barca dos Corações Partidos ministrará a Oficina Criativa de Atuação e Movimento. O objetivo da oficina é potencializar o exercício criativo, a partir da investigação do movimento, da incorporação da natureza (Máscara Neutra) e da construção de universos teatrais particulares surgidos em improvisações. Público alvo: Profissionais e estudantes das artes cênicas a partir de 18 anos. Vinte alunos por turma.

21 a 23/11 das 14h às 17h, o ator, diretor, autor e homenageado do Festival, Newton Moreno, conduz a Oficina de Dramaturgia, dedicada ao processo de criação do texto teatral, a partir do estudo de caso de alguns textos/processos. Serão três encontros, cada um com três horas de duração. Trinta vagas.

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