Por Zé Lucas Bastos
O Coletivo Trippé, grupo de dança do Sertão do São Francisco, encontrou um meio de comemorar seus 10 anos de existência junto ao público mesmo neste cenário de pandemia. Diante das restrições impostas pelas medidas sanitárias, o Trippé uniu dança e literatura em uma coletânea de livros que sintetizam o trabalho desenvolvido pelo coletivo nesta década. “Estamos sem poder encontrar nosso público e queríamos uma forma de permitir que nossa dança possa ser levada até eles”, explica Adriano Alves, artista que fez a concepção e coordenação artística da proposta.
A coleção, intitulada Coreografias de Bolso, reúne sete minilivros que dançam os espetáculos do grupo através de fotos feitas por Fernando Pereira. Folheando as páginas dos exemplares como um flipbook (livrinhos que revelam um filme analógico a cada mudança de página), é possível assistir a trechos das coreografias No Caminho das Alimentadeiras (2013), Meu Querido Catavento (2014), Fraturas (2015), Cordear (2016), Janelas Para Navegar Mundos (2017), Tudophone (2018) e Debaixo D’Água (2018).
A experiência também possibilita ao leitor acompanhar o desenvolvimento das pesquisas coreográficas e o repertório do coletivo. Além disso, dentro da caixa da coletânea Coreografias de Bolso, o Coletivo Trippé acrescentou elementos utilizados em cena, como tecidos de figurinos, material de máscaras e cenários. “Queremos dar pedacinhos de nosso trabalho para quem nos ajudou a construir essa trajetória de 10 anos”, destacou Adriano.
Todo o conteúdo presente neste relicário fez o artista visual e bailarino André Vitor Brandão, autor do prefácio, afirmar em seu texto que “para além de um registro celebrativo da história do Trippé, essa coleção de minilivros dançantes nos fala sobre afeto, colaboração, partilha e, sobretudo, sobre as possibilidades de produção de saberes através da dança”. André Vitor completa: “Ao transversalizar fotografia, dança e cinebook, o Coletivo cria um dispositivo afetivo-coreográfico de aproximação com os públicos, proporcionando aos leitores/movedores uma experiência coreográfica singular e, nesse sentido, é que a Dança pula das páginas ao nosso encontro”.
Para adquirir um exemplar, basta entrar em contato com o grupo através do e-mail coletivotrippe@gmail.com ou acessar o Instagram. O Trippé também está no Facebook.
O projeto Coreografias de Bolso tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal. Trinta por cento dos livros serão doados para escolas da rede pública e instituições sociais.
ideia genial do coletivo!