“Uma programação diversificada, com diferentes linguagens cênicas e temas contemporâneos”, informa Fabio Pascoal sobre a 33ª edição do FETEAG

por Vendo Teatro
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Foto: Renato Mangolin

Por Paulo Ricardo Mendes

O Festival de Teatro do Agreste (FETEAG) iniciou a sua programação nesta terça-feira (17), no Teatro de Santa Isabel, no Recife, com o espetáculo carioca “Zona Franca”, da Cia Suave. A apresentação faz parte da Mostra Recife, projeto que abre o festival e acontece até o dia 20 de setembro. A partir deste sábado, 20, Caruaru será palco de espetáculos e residência artística, de grupos e artistas de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, além de ações formativas. Toda a programação é gratuita. 

O festival, que surge com o objetivo de descentralizar as atividades artísticas, consolidando o Agreste como rota das produções de artes cênicas do Brasil e também do exterior, recebe nesta edição 20 trabalhos, que incluem teatro contemporâneo, dança e performance. A VT conversou com o idealizador e diretor do FETEAG, Fabio Pascoal, sobre as expectativas para esta edição, a cena teatral no Agreste e os desafios de manter um projeto ao longo desses 33 anos de história. Confira abaixo.

Fabio Pascoal, idealizador e diretor do FETEAG

VT: Qual a sua percepção sobre a cena teatral do Agreste?

Fábio Pascoal: A cena teatral do Agreste é extremamente rica e diversa. Ao longo dos anos, vi muitos grupos e artistas locais evoluírem, desenvolvendo trabalhos que dialogam tanto com as tradições regionais quanto com as questões contemporâneas. A produção é forte, criativa e tem um espírito colaborativo muito marcante. Embora tenhamos desafios, principalmente relacionados à falta de recursos e apoio, o teatro no Agreste se mantém pulsante, inovador e comprometido com o público.

VT: Como surgiu o projeto do FETEAG?

Fabio Pascoal: O FETEAG surgiu da necessidade de criar um espaço de troca e visibilidade para o teatro do interior, que muitas vezes não tem o reconhecimento que merece. A ideia foi construir uma plataforma onde artistas locais pudessem se conectar com produções de outras regiões e países, trazendo ao público do Agreste o acesso a uma diversidade de linguagens e expressões teatrais. A partir daí, o festival cresceu e se consolidou como um dos mais importantes do Estado.

VT: O FETEAG vai iniciar com a Mostra Recife. Qual a relação do festival com a capital recifense?

Fabio Pascoal: A Mostra Recife é uma maneira de estreitar os laços entre o FETEAG e a capital pernambucana. Recife sempre foi um centro cultural vibrante e, ao integrar a Mostra à programação do festival, queremos fortalecer essa ponte entre o teatro do interior e a cena recifense. Essa troca é fundamental para o intercâmbio de ideias e práticas, e ampliar o alcance do festival, conectando públicos e artistas de diferentes contextos.

VT: Quais desafios de montar o festival? E de manter por mais de 30 anos?

Fabio Pascoal: O maior desafio é, sem dúvida, a captação de recursos. Manter um festival por mais de 30 anos exige um trabalho constante de planejamento, articulação e parcerias. Temos a felicidade de, este ano, contar com patrocínio do Banco do Nordeste e da Redecard Itaú. Além disso, há o desafio de manter a programação atualizada e interessante, renovando as propostas a cada edição, sem perder o vínculo com as raízes e com o público local. A manutenção do FETEAG também depende de um forte engajamento da equipe e da comunidade, que sempre acreditaram no projeto.

VT: Vocês mantêm o festival através de editais?

Fabio Pascoal: Sim, grande parte do financiamento do FETEAG vem através de editais públicos, tanto em nível estadual quanto federal. Este ano, com o incentivo da Lei Paulo Gustavo Pernambuco, através Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Cultura do Estado, direcionado pelo Ministério da Cultura – Governo Federal. Os editais são uma ferramenta importante para a sustentabilidade do festival, mas também buscamos apoio através de patrocínios privados e parcerias institucionais. A captação de recursos é sempre um desafio, e por isso, estamos sempre atentos às novas possibilidades de financiamento.

VT: O que o público pode esperar desta edição?

Fabio Pascoal: O público pode esperar uma programação diversificada, com espetáculos que dialogam com diferentes linguagens cênicas e temas contemporâneos. Esta edição do FETEAG será marcada por apresentações que tratam de questões sociais urgentes, como identidade, resistência e sustentabilidade, mas também haverá espaço para o lúdico e o experimental. Estamos trazendo tanto produções locais quanto nacionais, buscando sempre surpreender e cativar o público.

VT: Como é o processo de curadoria da programação?

Fabio Pascoal: A curadoria do FETEAG é pensada de maneira coletiva e atenta às tendências do teatro contemporâneo, mas também buscando valorizar as produções locais. Temos uma equipe que está sempre de olho em festivais e plataformas de programadores, tanto no Brasil quanto no exterior. A seleção é feita com base na qualidade artística, relevância temática e na diversidade de propostas. Também é importante para nós que o festival seja um espaço de encontro entre diferentes tradições teatrais.

VT: Principais destaques da programação?

Fabio Pascoal: Um dos grandes destaques desta edição foi o espetáculo de abertura, “Zona Franca”, da Cia Suave (RJ), apresentado no Teatro de Santa Isabel. Também estamos levando a Caruaru obras elogiadas, como “violento.”, de Minas Gerais. A Mostra PE é outro ponto alto, com uma seleção de peças pernambucanas que representam o melhor da produção teatral do Estado.

VT: Quais as expectativas para o FETEAG deste ano?

Fabio Pascoal: A expectativa é que o FETEAG continue sendo um espaço de troca, aprendizado e celebração do teatro. Esperamos um público engajado, que participe ativamente das discussões e reflexões que o festival propõe. Além disso, queremos que essa edição continue ampliando o alcance do teatro do Agreste, conectando-o com outras regiões e promovendo intercâmbios culturais que deixem um legado positivo tanto para os artistas quanto para o público.

SERVIÇO:

FETEAG 2024 – Festival de Teatro do Agreste

Período: de 17 a 29 de setembro de 2024

Locais: Caruaru (Teatro Lycio Neves, Teatro Rui Limeira Rosal, Teatro João Lyra Filho e Estação Ferroviária) e Recife (Teatro de Santa Isabel e Teatro Hermilo Borba Filho)

Ingressos: Gratuitos, com retirada na Sympla (sujeitos à lotação dos espaços)

Informações: www.feteag.com.br e @feteag (Instagram)

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CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

MOSTRA RECIFE
Dias 17 e 18/09/2024

Zona Franca – Cia Suave/RJ

Local: Teatro de Santa Isabel

Horário: 19h

Duração: 70 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dias 19 e 20/09:

Meu corpo está aqui – Fábrica de Eventos (RJ)

Local: Teatro Hermilo Borba Filho

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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MOSTRA ARGEMIRO PASCOAL

Dia 21/09/2024

O Velho Relojoeiro e as voltas do tempo – Trupe Motim  (CE)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 17h

Duração: 50 minutos

Classificação etária: Livre

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Manifesto Transpofágico – Renata Carvalho (SP)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal – SESC Caruaru

Horário: 20h

Duração: 50 minutos

Classificação etária: 18 anos

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Dia 22/09/24

Laborioso Contato: Um palhaço anuncia o fim do mundo – Trupe Motim (CE)

Local: Estação Ferroviária – Caruaru

Horário: 17h

Duração: 50 minutos

Classificação etária: Livre

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Monga, de  Jéssica Teixeira (CE)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 19h

Duração: 90 minutos

Classificação etária: 18 anos

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Dia 23/09

Goldfish – Alexandre Américo (RN)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 20h30

Duração: 60 min

Classificação etária: 16 anos

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Dia 24/09

“Chão”, da Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão (RN) + TORTA Plataforma de Arte Expandida (RN)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 20h30

Duração: 60 minutos

Classificação etária: Livre

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Dia 25/10

“Vamos pra Costa?”, do Núcleo da Tribo (BA)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 20h30

Duração: 40 minutos

Classificação etária: Livre

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Dia 26/10

“Dança Monstro”, da Cia dos Pés (AL)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 20h30

Duração: 55 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dia 27/10

“Ancés”, de Tieta Macau (PI/MA/CE)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 20h30

Duração: 45 minutos

Classificação etária: Livre

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Dia 28/09

“Violento”, de Preto Amparo, Alexandre de Sena, Grazi Medrado e Pablo Bernardo (MG)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal – SESC

Horário: 20h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Sal: Como durar o tempo, de  Alexandre Américo (RN), Pedro Vitor (RN) e TINOC – TORTA Plataforma de Arte Expandida 

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 22h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 18 anos

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Dia 29/09

“Há uma festa sem começo que não termina com o fim”, do Pavilhão da Magnólia (CE)

Local: Teatro Lycio Neves (TEA)

Horário: 19h

Duração: 110 minutos

Classificação etária: 18 anos

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MOSTRA PE

Dia 23/09:

“AnTígona – A Retomada”, de Márcia Luz (PE)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dia 24/09:

“Senhora”, do Coletivo Alfazema (PE)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal – Caruaru (PE)

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dia 25/09:

“Dois Perdidos Numa Noite Suja”, do Ágora Núcleo Teatral (PE)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dia 26/09

“Ensaio do Agora”, de Memória em chamas/Natali Assunção (PE)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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Dia 27/09

“O Estopim Dourado”, de Anny Rafaella Ferli, Gardênia Fontes e Taína Veríssimo (PE)

Local: Teatro Rui Limeira Rosal

Horário: 19h

Duração: 60 minutos

Classificação etária: 16 anos

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MOSTRA ERENICE LISBOA

Dias 23 a 27/09/2024 

“Brincando no Escuro” , do Maktub Teatro e Outras Invencionices (PE) 

Local: Teatro João Lyra Filho

Horário: 9h 

Duração: 60 minutos

Classificação etária: Livre

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*Conteúdo Incentivado pelo Funcultura

Vendo Teatro – Incentivo Funcultura 2022/2023
Proponente, coordenadora e criadora de conteúdo: Aline Lima
Produção Executiva: Sabrina Pontual
Críticos teatrais: Luiz Diego Garcia
Cleyton Nóbrega
Lucas Oliveira
Gabrielle Pires
Coordenador crítico: Luiz Diego Garcia
Jornalista: Paulo Ricardo Mendes
Designer Gráfico: Allan Martins

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