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“Não deixe que as aparências te enganem. A verdadeira beleza está dentro de nós”
A Bela e a Fera
Desde que o tradicional conto de fadas francês “La Belle et la Bête” foi escrito por Gabrielle-Suzanne Barbot, em 1740, várias adaptações, filmagens e encenações foram realizadas. Atualmente, a história possui diferentes versões da original, uma vez que foi se moldando às diferentes culturas e contextos sociais. Na programação da 31º edição do Janeiro de Grandes Espetáculos, o público pôde assistir no Teatro do Parque, no Recife, uma adaptação desse clássico, a partir de um espetáculo de teatro-musical intitulado “A Bela e a Fera”, da L.A Espaço Artístico e Cultural, com direção geral de Luciana Alves.
No palco, acompanhamos a história de Bela, uma jovem inteligente e sonhadora que acaba prisioneira no castelo de uma Fera amaldiçoada. Ao longo da narrativa, os dois personagens desenvolvem um relacionamento que ultrapassa aparências, revelando a humanidade oculta sob a assustadora aparência da Fera. Nesta adaptação, os atores e atrizes atuam e cantam ao vivo em quase duas horas de espetáculo. O cenário vai se transformando e revelando novas ambientações. A floresta, por exemplo, é usada na cena em que Maurice, pai da Bela, se perde, e o Castela da Fera, é palco de várias armações dos serviçais encantados e do encontro da Fera com a jovem sonhadora. Observa-se um esforço de produção e dedicação para realizar essa adaptação.
Em determinados momentos, existe um dinamismo entre o elenco, sobretudo, quando várias vozes se unem para cantar e dançar, fazendo com que a performance musical ganhe força e fôlego para prender a atenção do público. A iluminação contribuiu para criar momentos mágicos, destacando pontos-chave da trama. A trilha sonora também passeou por clássicos da obra, como a música de nome homônimo ao espetáculo, A Bela e a Fera. A protagonista, interpretada por Bruna RH, imprime delicadeza, carisma e sensibilidade, ao mesmo tempo, que possui uma voz potente e atuação natural. Os serviçais encantados trouxeram leveza e humor, garantindo cenas divertidas. Destaque para Betina Monteiro, que interpreta o Bule, e Lipe Brandão, que faz o papel do candelabro Lumiére.
Ao final do espetáculo, assim como nos contos de fadas, a história de Bela e a Fera tem um final feliz, com a maldição sendo quebrada. A apresentação pôde levar a magia e encanto deste enredo já tão conhecido, e com ele, a lição de que a verdadeira beleza vem de dentro. Em três sessões, o espetáculo atraiu familiares, crianças e um público apaixonado pela história. Foi uma oportunidade da plateia rememorar a obra, e da L.A Espaço Artístico e Cultural apresentar uma produção formada por artistas de todas as idades, inclusive crianças e jovens neurodivergentes. O público, por sua vez, pôde assistir ao clássico sendo contado mais uma vez por um elenco jovem e promissor, fazendo teatro musical e movimentando a cultura.