Circo e Museu – A Combinação Perfeita Para a Arte | Crítica de Pelat

por Vendo Teatro
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Foto: Divulgação

Foi no dia 10 de novembro, na Oficina Francisco Brennand e compondo a 18ª edição do Festival de Circo do Brasil, que apresentou-se o espetáculo Pelat, um número que combina teatro, circo, dança e performance e que de fato emociona e é de tirar o fôlego. O festival deste ano apresentou 10 dias de intensa programação, para todas as idades, com atividades gratuitas e acessíveis.

Neste ano, o tema do festival foi “Semente” e estruturou-se pela criação de relações com processos criativos e trabalhos artísticos diversos, contendo diferentes origens e raízes, contando com artistas e equipes de várias partes do mundo. Os trabalhos foram pensados de maneira a estimular processos formativos e de criação artística circense no Brasil, e foram desenvolvidos para os profissionais da cena, artistas e outros participantes, e também para o público em geral.

Os espetáculos ocorreram em diversos teatros, parques, praças e museus da cidade, tais como: teatros Santa Isabel, Teatro Apolo, Teatro do Parque, Teatro Hermilo Borba Filho, Parque Santana, Museu do Estado de Pernambuco, Praça do Arsenal e na Oficina Francisco Brennand. O festival atraiu muitas pessoas e movimentou a cena cultural da cidade no mês de novembro.

Pelat é um trabalho que mistura elementos diversos e tem como protagonista Joan Català, nascido em Barcelona em 1978. Com muito tônus muscular, voz bem projetada e carisma, conquistou o público presente no museu para apreciar a apresentação.

O artista vestiu uma roupa leve, que o ajudava nas dinâmicas dos movimentos corporais. O público assistiu à ocasião do espetáculo nos jardins da Oficina, bem no finalzinho da tarde. O artista entrou em cena, trazendo por cima de seus ombros um tronco enorme que continha um balde em sua ponta. No balde havia cordas e pedaços de tecido. O artista colocou o balde em um canto e começou a rodar o tronco, que ora passava bem próximo das crianças que adoravam a interação, ora passava de mão em mão através da plateia, que em alguns momentos era estimulada a repetir os cantos que o artista fazia. Ele balbuciava palavras o tempo todo, e, embora não conseguíssemos entender o que ele dizia, o artista comunicava-se conosco por meio dos gestos e movimentos do corpo; e assim passávamos a entendê-lo.

No decorrer da apresentação, o artista chamou alguns homens que o ajudaram na criação das cenas que foram construídas. O tronco, dentro dessa construção, acabava passando de mão em mão. Ele chamou também algumas mulheres e crianças para ajudá-lo, entretanto, houve uma predominância maior de homens nessa interação, devido à razão de que algumas dinâmicas de construção de cenas com a plateia demandavam o uso maior de força.

Entre as cenas, uma das que mais marcou foi a que o artista instruiu quatro participantes homens a segurar o tronco na vertical, através do uso de cordas, que foram amarradas nos corpos de cada indivíduo e também no tronco. Na sequência, o artista subiu até o cume do tronco, onde já havia colocado anteriormente uma base, na qual ficou de pé, fazendo firulas e soltando sorrisos para a plateia. Ao final, ele foi ovacionado, com diversos aplausos e gritos. O espetáculo se encerrava, deixando uma vontade de voltar a apreciá-lo. Foi um momento muito leve e bonito. Vida longa ao Festival de Circo do Brasil, vida longa a Pelat.

Vendo Teatro – Incentivo Funcultura 2022/2023
Proponente, coordenadora e criadora de conteúdo: Aline Lima
Produção Executiva: Sabrina Pontual
Críticos teatrais: Luiz Diego Garcia
Cleyton Nóbrega
Lucas Oliveira
Gabrielle Pires
Coordenador crítico: Luiz Diego Garcia
Jornalista: Paulo Ricardo Mendes
Designer Gráfico: Allan Martins

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