Diário de uma noite, 1995 | Crítica sobre “Espera o outono, Alice”

por Vendo Teatro
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Por Halberys Morais.
Foto de Morgana Narjara.

Diário de uma noite, 1995

Oi, Alice! Tudo bom? Estava com saudades, por isso te liguei. Alice, dia 24/05 foi nosso primeiro encontro, aguardei seu retorno da viagem que fizeste à Portugal, para então concretizar nosso momento juntinhas.

Da outra vez que estavas no palco, não pude ir ao seu encontro, mas lembro que no dia que disse que iria te ver, estava dentro do BRT passando próximo a ponte que fica depois do teatro Santa Isabel, e quando olhei pelo vidro do ônibus vi  uma folha alaranjada desfilar pelo ar até chegar ao chão.

Espera o outono, Alice…

Mas, aquele dia não seria o nosso encontro.

Dia 24 no Teatro Arraial pudemos nos encontrar e contar segredos, sorrir ao vento, cantar, dançar e chorar. Um misto de emoções que embargam a fala dando um nó.

Ai, Alice, que lindo ver que quem te conduz, Analice Croccia e Quiercles Santana, possuem uma direção assertiva de como te tratam, o olhar que desejam transmitir, os símbolos que trazem e bailam com encantos simples, mas que dão uma atmosfera enriquecedora a obra.

Alice, você pode tudo!

Seus olhos, corpo e  voz que Natali Assunção, Kadydja Erlen, Paulo César Freire e Isabelle Barros representam no palco são lindos de ver em cena. 

A entrega ao contar teus momentos, a verdade cênica expressa em cada aventura… lembra aquele vôo de paraquedas? Momento único e especial, que sentimento de liberdade, aquele frio na barriga, mas que depois que o medo passa, fica uma sensação gostosa, um prazer que só sente quem se arrisca e rompe as barreiras.

Alice, Você é muito forte!

Kadydja entra no seu mundo e mostra uma  interpretação grandiosa, um desnudar de emoções que encantam os olhos, quanta entrega para te mostrar, viver, sofrer como tua mãe sofreu quando teus amigos ligavam e perguntavam sobre você, onde estavas e  como  foi doloroso dizer do que você morreu. A ligação cessa. A boca seca. Seca.

Paulo César Freire vem e mostra que não precisa afinar sua voz para condicioná-la a “mostrar” que está te representando. Você está ali presente, em cada parte do corpo, seja com  lenço ou sem, você está.

Interpretações cativantes, capturam o público a não te largar.

Você não está só, Alice!

Eu liguei só para te dizer que estou com saudades.

Você, Alice, se materializa em Natali Assunção, tornando-se uma só, com propriedades tão fortes, certa do que és, do que queres, que essa mulher  que te conduz vai mostrando tuas faces, tuas histórias, teus sonhos… quando vejo passou. A naturalidade que habita nos atos, um texto forte e certeiro,  te faz sorrir para o mundo.

Alice, parabénsssssssss!

Que o grupo Amaré possa crescer mais e mais! Que outras pessoas, festivais, espaços possam te conhecer. 

Lindo teu trabalho!

Parabénsssss a todos os envolvidos!

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